A Bailarina

Palco em penumbra.
O corpo em agitos alucinados
de uma dança atávica.

Palco de lençol vazio;
melodia de suspiros ritmados
embalados de prazer.

Ninguém vê
o número solo da bailarina;
dedos na dança do ventre.

Sem platéia amante
despeja o gozo solitário;
ofegante calma ante o adormecer.

[osair de sousa]

Comentários

Anônimo disse…
Adorei essa poesia. Realmente a dança é um encontro com o nosso próprio corpo, a nossa própria carne, quando a fazemos para nos mesmos, sozinhos, entramos num extase que vai alem do que as pessoas que nao fazem ter idéia do que seja!
Adoro seu blog!
Anônimo disse…
Ante a penumbra de suas pálpebras cerradas
ali frente ao seu olhar deslumbrado
O corpo adormecido de seu amado...

Debruçando nos lençóis macios
A melodia de seus sonhos
Embalam a ânsia dos toques perdidos

Nos olores de sua pele
Danço a sinfonia do amor
No cálice dos seus desejos

No despertar de nossas almas
O encontro do êxtase eterno
Embalados nos corpos adormecidos...