O Beijo

Foi um beijo que nunca me esqueci. Tão denso e intenso de significados, um beijo que umedeceu lábios e olhos . Não houve diálogo, apenas um contemplar apaixonado e a boca aproximou-se, quente, trêmula e pousou suavemente na minha face. O breve segundo do contato fez-se uma eternidade e, posso ainda senti-lo. Lembro a respiração e o hálito peculiar e tão seu, à aproximação; os olhos se fechando para o mundo físico numa metamorfose para o sentimento profundo que me dedicava.
Um beijo de amor onde a lascívia foi ignorada e a compaixão assumiu com plenos poderes de se declarar a mim. Você nada disse – nem fora necessário.
Ficou ainda por instantes sentada ao meu lado e chorava um choro silencioso. Levantou-se calma e decidida foi embora.
Hoje, lembrando do beijo, sinto uma dolorosa saudade de quem verdadeiramente me amou, com verdade e respeito aos seus sentimentos. Ir-se de mim, partir da minha vida, foi a maior prova desse amor. Eu entendi, contudo ainda sofro por saber que jamais serei beijado novamente como fui naquele instante.
Eternizado na alma, a nostálgica sensação daquele instante trás leveza aos meus passos vida afora.

[osair de sousa]

Comentários

Unknown disse…
meu doce menino..como é bom te ler...

bijo
Anônimo disse…
A cada conto um pedaçinho do lindo menino que conquistou minha alma...

beijinhus sabor saudades
Anônimo disse…
Muito lindo,
você escreve com a suavidade que Degas pintava suas bailarinas.
Bjs
Malú
Anônimo disse…
Vim apenas te dizer que estou com saudades.
Voltarei depois pra comentar.
Letícia.
Anônimo disse…
Preciso de aprovação?
...
Anônimo disse…
OI menino poeta, estou te conhecendo agora.Parabéns!
Seus escritos são belos e bem construídos!
Lêida Franca