
Um beijo. Hesitante, trêmulo. O beijo, agora resoluto, definitivo, guloso. Abraços firmes, fortes como uma necessidade de garantir que não iríamos fugir, nos afastarmos. Os corpos se fundiam em um só corpo e, a calma, a delicadeza inicial, dera lugar ao frenesi, um descontrole das vontades, da razão. Já nem nos pertencíamos mais, pois o comando era ditado pelo pleno desejo e, alucinados, totalmente instintos, tudo acontecia alheio aos pensamentos que nos abandonara por completo.
Era um momento mágico, de encantamento, onde o tempo não existia, nem mesmo lugar. Flutuávamos entre brumas de sensações de um prazer que não era real, alguma coisa como um sonho do qual não se quer acordar. A fantasia que se fazia real sem que se pudesse crer, totalmente, que acontecia ali conosco.
Ao final, cansados, suados e ofegantes, oferecíamos em gratidão um sorriso leve ao acaso, entre pequenos e breves tremores. O silêncio foi a música que embalou o retorno à realidade de qual fomos retirados por causa de um desejo há tanto reprimido e que veio à tona, sedento, do fundo de nossas almas.
[osair de sousa]
Comentários
Como ler sem sentir o interior mexido e remexido com emoções além da razão...
Ahhh momentos vividos onde todo o ser se entrega e por pura magia a razão se faz esquecida...
A emoção trás a descoberta do sentir-se realmente vivo...
Beijos soprados na brisa que te acaricia...
É tão bom pormos em prática as vontades há muito sentidas e ainda não exploradas. Quando nos permitimos esta exploração todos os nossos sentidos ficam em festa.
Beijos