
Na verdade, o que ele queria mesmo era esquecê-la definitivamente, apagá-la de sua memória como quem apaga um quadro negro as inquietantes riscas de giz.
O que ela tinha de mais belo e sedutor, por mais estranho que possa parecer, talvez fosse a capacidade de se impregnar, definitivamente, na sua vida, fazer daquele breve história de amor uma tatuagem do que se chama felicidade. Ainda isso, são conjecturas.
A pergunta, incompreensível e recorrente, era a negação das possibilidades de um recomeço, uma venda nos olhos que lhe impossibilitava enxergar que o amor pode ter uma segunda face.
Ainda vão passar alguns anos para que a tatuagem se desbote e a venda seja retirada. Quando acontecer, ele certamente verá beleza em tudo, principalmente no horizonte da vida que fluí ao seu lado, indiferente às lembranças que virão desse indelével amor.
[osair de sousa]
Comentários
bijo
beijos ao sabor do vento