O deus de agora

Era uma vez, fomos príncipe e princesa
Sem sapos com caras de bruxas bizarras;
Eram as cigarras nossas belas fadas madrinhas.
O faz-de-conta sempre cantado
Sob olhos brilhantes - jóias apaixonadas
Na mitologia dos felizes, encantados.
Era uma vez que a vida sempre bela
Prometia sermos rei e rainha
Sem dragões, num reino lúdico
Onde a paz não se faria segredo.

Era uma vez - esse tempo de vida
Desabrochou em copas frondosas
E fomos iguais e fomos especiais e fomos.

Desavisados, no desencontro de um cuidado
Fugiu célere esse realismo devaneado,
Deixando um sabor de mais querer,
Sentenciando: não rei, somente rainha,
Um deus num Olimpo desmoronado.
Tempo sem eternidade, tempo fugaz
Entre raios e trovões das manhãs,
Surge acintosamente, sempre um novo sol
Que me lembra que sou o que me resta;
Sobrevivo com o destino de Quíron,
Você, tal Afrodite, com o príncipe,
O deus de que agora é a vez.

Osair de Sousa

Comentários

Anônimo disse…
Não somos o que nos resta ser. Somos o que somos por inteiro. Osair é Osair e não mais, nem menos. Seu texto, encantado, fala de um desejo, de um sonho vivido no tempo longínquo que era uma vez, mas que se renova a cada dia, mesmo que já não mais com os mesmos personagens nos seus devidos lugares. Acho que isso é comum a todos nós. Todos sonhamos, brincamos, vivemos e por fim, num determinado dia, percebemos que o tempo passou e talvez tudo podia ser diferente, quem sabe melhor, não sei... isso somente cada um pode dizer de si.
um abraço meu amigo.
fico feliz que voltou.
Anônimo disse…
como não escreves, resta vir aqui, reler e ouvir tua rádio. Gostei das músicas. um abraço. maria.
Priscilla disse…
saudades dos seus escritos.
afaste as bruxas e os dragões e roube a princesa.
bjs
Craudinha Egg disse…
Osair
que blog mais lindo...
tava com saudades dos teus escritos..
mils bjins parabenizadores felicitosos saudosos e fraternos
gosto muito de tu